quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Estereótipo do Sujeito Rockeiro: Idiota.
Resposta tão simples quanto a intenção de ser inteligente.



O Heavy Metal nos Limites da Simples Filosofia

Idiota. “Substantivo. Membro de uma vasta e poderosa tribo cuja influência nos assuntos humanos tem sido sempre dominante e controladora. A atividade do (a) idiota não se limita a nenhum campo especial de pensamento ou ação, mas ‘impregna e controla o todo’. Sempre tem a última palavra; sua decisão é inapelável. Estabelece modas de opinião e gosto, dita as regras da linguagem e circunscreve os limites da conduta.” - Ambrose Gwinett Bierce (1842-1914)

O fulano (ou fulana), acima mencionado por Bierce, classifica as pessoas em todas as áreas humanas conhecidas, tendo uma queda especial no campo da Música. Canso-me de ouvir baboseiras, lelequices, estupidezes e papalvices da ordem de: “Essa música de louco, esse Rock Pauleira!”, “Nossa, esse som é coisa do Diabo!”,... Nocivas e infantis maledicências pronunciadas por papalvos dislógicos (01) [autênticos simulacros mal-acabados de panteístas (02) e/ou panenteístas (03) de araque] que, infelizmente, influenciam no discernimento de boa parte da população.

“(...) Quando o diabo Música, o demônio que agita um feixe cintilante de trinados e de harpejos, se apossou do pobre mudo (Quasímodo), então lhe voltou a felicidade, esqueceu tudo, e o seu coração que se dilatava fez-se expandir o rosto”(04). Victor-Marie Hugo (um dos maiores escritores de todos os tempos, 1802-1885) transcreve estas palavras de forma magnífica, demonstrando como a Música pode aliviar a dor de qualquer ser humano, até mesmo do totalmente disforme (e discriminado) personagem Quasímodo. Hugo aproveita, destarte, para sugerir a Música como um excelente substituto de dispendioso tratamento médico-psicológico, acalmando o ouvinte.

O célebre escritor francês, também, critica o hábito de atribuir à Música – eu acrescentaria: a certos estilos musicais – uma feição negativa ou demoníaca pelas reações físicas e emocionais que pudesse provocar nas pessoas. É uma questão que já vem sendo discutida por filósofos contemporâneos e clássicos (como: Aristóteles, Platão, Schopenhauer, etc.) ab initio (05) e continuará ad multos annos (06)!

“Em suma, os efeitos emocionais de você ouvir Rock são complexos, e as conseqüências morais generalizadas de experimentar essas emoções ainda não foram plenamente demonstradas” (FUDGE, Robert, Sussurrando coisas em meu cérebro: Metallica, emoção e moralidade apud IRWIN, William, Metallica e a Filosofia, Madras Editora LTDA, São Paulo-SP, 2008, pp.19, 24 e 25).

Tal qual antigamente – na época da caça às bruxas e feiticeiros, quando era praxe (e aceitável) condenar homens e mulheres ao fogo por cumplicidade de sortilégio com bodes ou cabras – criou-se a triste (e covarde) mania de discriminar em razão de preferência ou gosto musical. No Brasil, sempre, foi comum enxovalhar alguém que preferisse o Rock (no caso: o Heavy Metal) à MPB, por exemplo. Puro chauvinismo barato e retrógrado, embandeirado (e generalizado) por alguns nacos da imprensa ou como diria Henry L. Mencken (1880-1935): “(...) Por uma chusma de bestas comparáveis aos homens que pensam por nós...”.

O Rock é o gênero musical mais popular e mais difundido no Planeta. Há mais de cinqüenta anos vem encantando geração a geração. Os artistas e/ou grupos de Rock detêm as mais significativas marcas universais de vendagem de: LPs, CDs, DVDs, VHs, camisetas, jaquetas, calçados “de passeio”, adesivos, bonés, videojogos (Guitar Hero: I, II, III, etc.), enfim, de todos os produtos mercadológicos possíveis. O Brasil - malgrado a diferença linguística (o idioma oficial do Rock é o inglês) e da “Inquisição MPBista” engrossada, recentemente, pela onda Sertaneja – ocupa lugar de destaque entre os principais consumidores do Heavy Metal.

A título de ilustração, aparecem algumas cidades brasileiras (Vão ser sortudos assim na China!!!) e São Paulo que – com muita frequência, mas pouco se lixando com a crise nacional ou mundial – recebem excepcionalmente bem: o Iron Maiden (em março de 2008); o Ozzy Osbourne (em abril, 2008); o Queen (em novembro, 2008); o Kiss em abril (2009); e o AC/DC no dia 27 de novembro último (2009) . Em todos os estádios e/ou ginásios nos quais esses monstros sagrados do Hard Rock/Heavy Metal internacional se apresentaram, via-se uma harmoniosa conjunção de crianças, adolescentes, adultos, senhoras e senhores. Vinte, trinta, quarenta cinqüenta, sessenta mil pessoas, de uma só vez, em cada show! Tantos seres humanos unidos deveriam gerar muita confusão e violência. Claro, tratando-se de gente “normal” talvez, mas não de roqueiros (as). Durante todas as citadas apresentações a Polícia Militar registrou uma única assustadora ocorrência... De uma chave de carro perdida.

Obs. Matéria que tirou da minha língua mesmo, eu estava preparando algo para escrever justamente com esse enrredo.

Fonte: Whiplash.net O mais completo site de Rock e Heavy Metal.

Um comentário:

  1. Outrora, anos 70 e 80 as coisas eram piores, tínhamos uma ditadura pesada que só aliviou com o presidente/ditador Figueiredo. Foi na época dele que gente como Van Halen, Peter Frampton, Kiss e Queen vieram tocar aqui, e foi tb no fim do mandato dele que o Medina começou a planejar o Rock'n'Rio, que antes seria impensável. O que temos hoje são alguns resquícios de imbecilidade que tem se fortalecido pela falta de escolaridade e cultura, que são terrenos férteis para o fanatismo religioso, para partidos populistas com seus "fome zero" e jornalistas semi-analfabetos, travestidos de paladinos da justiça e da consciencia social (como Luis Datena, Boris Casoy e o imbecil do Arnaldo Jabour).Já a mídia sempre foi e sempre será tendenciosa, indo atrás do lucro como qualquer empresa (e aqui dá lucro incentivar a ignorancia, pois só assim os politicos fisiologistas pode permanecer no poder, já que são eles que liberam emprestimos pras maiores redes de tv se manterem no ar). E pra coroar tudo isso, temos na MPB, uma elite de "pseudo-musicos e pensadores" de talento e nível cultural duvidoso que usam o patriotismo pra assegurar o contra-cheque no fim do mês.

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